Primeiro Dia das Mães a gente nunca esquece. E lembrando da propaganda de soutien, a gente percebe que nossos soutiens de renda e enchimento, outrora reservados para noites especiais, terão que ser aposentados por um tempo. Por sinal, as noites especiais também ganham uma nova conotação nesta fase. Entram as fraldas e a quarentena manda as noites especiais para a casa do vizinho, do chapéu ou da Madonna com seu menino Jesus a tiracolo.
Ser mãe é o paraíso, uma emoção indescritível de-dar-lágrimas-nos-olhos e a certeza de que realmente, agora, vamos ter que amadurecer. De um jeito ou de outro. Ser mãe é a constatação máxima de que não somos mais e somente filhos. É um balde na cara. Wake up and smell the coffee!!! Você é o responsável.
Ser mãe é acordar em horários incabíveis, adormecer em tardes improváveis na poltrona da amamentação e ainda sonhar num pequeno intervalo. Ser mãe é priorizar os filhos. É zelar por outro alguém que não nós. Que não ele (o seu marido abandonado). Que não os amigos (estes seres esquecidos). Que não nós mesmas (estas mulheres sem tempo de fazer as unhas). E que não os clientes, estas pessoas tão importantes que fazem negócios e geram receita para comprarmos mais fraldas e fazermos as unhas.
Ser mãe é ganhar o primeiro presente de Dia das Mães, um pingente em formato de coração cheio de "mãe, mãe, mãe" escrito e ficar emocionada com o pai que escolhemos para ele. É acreditar em milagres, pois a vida é mesmo um dos maiores deles. E fechar os olhos, sorrindo baixinho numa reza particular, e agradecer a Deus pela sorte deste presente. Um presente que, parodiando o cartão de crédito, definitivamente não tem preço.
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